O Cine
fará uma pausa. Em Dezembro tem postagem especial de fim de ano.
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Eu considero que os filmes são momentos de revelação, uma abertura ao que está oculto, a subversão da absorção temporal revelando as profundezas do sentido da vida, possibilitando uma maior percepção de nós mesmos e do mundo; uma conversa íntima que pode ser transformadora.
Eu considero que os filmes são momentos de revelação, uma abertura ao que está oculto, a subversão da absorção temporal revelando as profundezas do sentido da vida, possibilitando uma maior percepção de nós mesmos e do mundo; uma conversa íntima que pode ser transformadora.
Faço
coro com o cineasta Tarkovski: “o objetivo de toda arte - a menos, por certo,
que ela seja dirigida ao "consumidor", como se fosse uma mercadoria -
é explicar ao próprio artista, e aos que o cercam, para que vive o homem, e
qual é o significado da sua existência... E assim, se a arte carrega em si um hieróglifo
da verdade absoluta, este será sempre uma imagem do mundo, concretizada na obra
de uma vez por todas... Essas revelações poéticas, todas elas válidas e
eternas, testemunham o fato de que o homem é capaz de reconhecer a imagem e a
semelhança de quem o criou, e de exprimir este reconhecimento... Creio que um
dos mais desoladores aspectos da nossa época é a total destruição na
consciência das pessoas de tudo que está ligado a uma percepção consciente do
belo. A moderna cultura de massas, voltada para o "consumidor",
a civilização da prótese, está mutilando as almas das pessoas, criando
barreiras entre o homem e as questões fundamentais da sua existência, entre o
homem e a consciência de si próprio enquanto ser espiritual... O objetivo da
arte é preparar uma pessoa para a morte, arar e cultivar a alma, tornando-a
capaz de voltar-se para o bem”. (Tarkovski, Andrei. Esculpir
o Tempo. São Paulo: Editora Martins Fontes).